ALFA – origem Logo

ALFA – origem

AlfabetizacaoPelaBiblia

A efemeridade da vida — só por amor e misericórdia

O peso de ser útil, mas não essencial

A carne pede prazer imediato; o espírito busca sentido eterno — daí nasce o conflito que nos desgasta.

Há um silêncio incômodo que atravessa os dias: a sensação de ser útil, mas não necessário; de servir e, quando não serve mais, ser descartado. Não é teoria — é experiência. Vivemos numa cultura em que utilidade vale mais que presença, e presença só vale enquanto produz vantagem.

Por que não basta ser bom?

Ter profissão, segurança financeira, ser bom com o próximo, cumprir mandamentos, participar de obras sociais e frequentar igreja: tudo isso é necessário, tudo isso é bom — mas nenhum desses itens garante salvação. São frutos, não causa. A carne pode acumular méritos; porém, a salvação exige algo que a carne não dá sozinha: morrer para o mundo e aceitar o Salvador.

“Morrer para o mundo” não é gesto simbólico rotulado por orgulho; é renúncia prática: abandonar o mérito próprio, aceitar que não somos suficientes e permitir que Deus nos transforme.

É difícil. Morrer para o mundo fere o que mais se valoriza na carne: controle, vantagem, reconhecimento. Não existe via fácil. Aprovamos nossas ações com olhares humanos; desistir dessa aprovação é doloroso. Por isso muitos se contentam com a fachada — religiosidade que conforta a imagem, não que rompe a alma.

Quando a graça entra em cena

A esperança não está nas mãos humanas. Está na misericórdia de Deus. Sem amor e misericórdia divinos, ninguém chegaria ao fim do caminho. A graça é o motor que nos atrai e nos sustenta quando a carne falha. Sem ela, a renúncia se torna espetáculo vazio; com ela, a renúncia é transformação.

Somos, sim, tratados como descartáveis pelo mundo que prioriza interesse. Mas há uma outra ordem de valor: para Jesus somos singulares, não por merecimento, mas por eleição e amor. O espírito, submetido à carne, não “sabe” isso por si só — é preciso o encontro com o Salvador para que essa verdade se revele e tome posse da vida.

Conclusão

O vazio atual nasce da confusão entre função e essência. O mundo oferece substituição; Cristo oferece identidade. A única saída real é morrer para o mundo — doloroso e necessário — e deixar-se alcançar pela misericórdia. Tudo o mais são tentativas de tapar o buraco com coisas que passam.

Exemplos do vazio

  • Relações rápidas: promessas ao vento, mensagens que aparecem e somem. Você vira opção, não prioridade. Não há despedida, só ausência.
  • Amizades utilitárias: vêm para pedir favor; somem quando o favor acaba. A reciprocidade virou moeda rara.
  • Emprego e carreira: elogios pela manhã; corte de custos à tarde. A estabilidade virou ilusão: hoje essencial, amanhã dispensável.
  • Redes sociais: atenção efêmera; validação que some tão rápido quanto chegou. Curtiu = valor; silêncio = insignificância.
Sem misericórdia divina, a carne perde; com misericórdia, o espírito encontra sentido. A efemeridade persiste, mas o amor de Deus é mais constante que tudo o que o mundo tem a oferecer.

"Junte-se a nós! Unidos somos mais fortes"
"Educando para um Mundo Melhor" ©